Daqui pra frente, o leste europeu. A primeira parada: Praga.
Já no trem deu pra perceber que estávamos em algum lugar diferente da Europa ocidental. O condutor falava como um daqueles locutores de rodeio, super rápido, sem pausas. Um turbilhão de sons totalmente incompreensíveis. Entendíamos bulhufas... :) Em todos os outros países, por mais que não falássemos a língua, conseguíamos pescar uma ou outra palavra... Aqui não... Nem esquerda, nem direita, nem saída, entrada... Não entendíamos absolutamente nada...
Chegando na cidade, fomos direto pro centro histórico, que é bem famoso. Lá tem o tal do relógio astronômico, que mostra, além das horas, também o dia, mês, posição do sol, da lua, da terra, etc etc etc. Pode ser até que mostre, mas não temos a menor idéia de como... Parece simplesmente um monte de ponteiros mexendo aleatoriamente...
Sentamos um pouquinho na praça, pra observar o movimento e dar aquela relaxada...
Todo mundo sabe que os europeus - vamos colocar dessa forma - têm uns conceitos de higiene meio "diferentes" dos nossos... Por exemplo, os franceses carregando as baguetes debaixo do braço (naquele sovaco MEGA fedido, meu Deus como fedem...), sem nenhum saco ou papelzinho... E nem é lenda, porque vimos acontecer várias vezes na cidade... Mas em Praga a higiene ficou diferente demais: estávamos tranquilões na praça, curtindo o dia, quando vimos um pai com seu filhinho, de uns 3 anos de idade. A criança saboreava um sorvete, mas tava exigindo demais da guloseima, inclinando demais a casquinha e desafiando a lei da gravidade... A Claudinha, especialista em sorvetes, já cantou logo: "- quer apostar que aquele sorvete vai cair no chão?". Pois é, dito e feito: nem 10 segundos depois tava lá a bola de sorvete caída, e o menininho choramingando com o pai... Ora vejam vocês... Numa situação dessas, o quê todo pai consciente faria???
Pois é, ele nem titubeou. Vendo o filho chateado por não ter mais o sorvete, o prestativo pai foi lá no meio da praça, pegou a bola de sorvete do chão ("que consciente, limpando o lixo" poderiam dizer os mais ecológicos), deu aquela "sopradinha limpadora-desinfetante", e colocou na casqunha pro filho continuar lambendo??? Ficamos completamente chocados!!!! O que não mata, engorda...
O dia seguinte amanheceu meio chuvoso, e fomos conhecer o famoso castelo de Praga. Ele pode ser tudo, mas não é um castelo. O que todo mundo pensa que é o castelo é uma das igrejas que fica lá dentro. De castelo mesmo só existem os muros externos. Dentro deles, uma cidadezinha à parte: igrejas, museus, lojinhas, etc.
No pátio do castelo ocorre a cada hora a troca da guarda. Mas se na Inglaterra é uma cerimônia completamente formal, aqui parece um samba do criolo doido: os guardas começam a fazer acrobacias coreografadas com os fuzis, jogam as armas de um pro outro, batem no chão. Parece um sapateado! Tudo sincronizado. Bonito, mas só pra turista ver mesmo...
Depois do tour básico, voltamos pra praça principal, onde estava tendo um festival de cultura tailandesa. Foi interessante. Eles apresentaram algumas peças encenadas com marionetes.
À noite rolou a maior integração no albergue. Saímos com a galera (gente to mundo todo) pro bar ("beber, cair, levantar...lá lá lá lá"). Eis que no meio da conversa contei que íamos mudar pros EUA, e que o Gustavo ia fazer um MBA. Depois de um tempinho percebi que eles estavam com uma cara meio estranha. Foi quando veio o comentário mais engraçado da noite:
- Mas ele não parece um jogador de basquete!!!
Ai, ai nada como entender um N em vez de M....
No dia seguinte, fomos a mais um dos famosos Free tour, que já conhecíamos de Londres e Berlin. Nos outros, sempre acabamos deixando uma gorjeta pro guia - afinal, é assim que eles colocam o leite na mesa pras criancinhas - mas dessa vez não teve jeito. A guia, apesar de entender muito de história, não conseguia se comunicar direito. Empolgação zero, volume de voz negativo. Abandonamos o passeio no meio e aproveitamos pra tirar um cochilo no banco no pátio do castelo.
À noite, fomos conhecer a famosa noite de Praga, na companhia de um brasileira e duas malaias. Pegamos indicações locais, e fomos na maior boite de lá. Imensa mesmo! 5 andares, cada um com DJs e ambientes diferentes. O mais legal era observar a pista de dança. Como estava cheio de pessoas de diferentes países, as danças eram também muito diferentes! Tinha uns que pareciam que tavam com um rato dentro da roupa, ficavam se chacoalhando o tempo todo, parecia que queria pegar o roedor... Diversão pura!!! Tocou de tudo, até música brasileira! Dos últimos tempos: "Bate forte o tambor eu quero é tique, tique, taque". Dos últimos tempos mesmo... Essa música deve ter uns 15 anos.
No último dia, fomos conhecer as ousadias da arquitetura checa. Primeiro, o prédio dançante, que é uma construção toda torta. Ela tem esse nome porque passa a idéia de que está se mexendo. E é verdade mesmo, a gente fica com essa impressão. Depois, fomos ver a torre de TV deles. Seria somente uma torre meio diferentona, com um formato estranho, não fosse pela bizarricei de colocar um monte de esculturas de bebês gigantes escalando a torre. Ficou bizarro. Vai entender!
Na noite, pegamos um night train pra Cracovia. Gostamos muito de Praga, vale realmente a pena conhecer!
PS- Maior preocupação do Gustavo durante a viagem:
"-Claudinha quantos tipos de cereais vamos ter na nossa casa nos EUA? 10? 15? A gente tem que ter uma prateleira só pra eles!!! Vamos deixar nas caixas ou em potes?"
quinta-feira, 19 de junho de 2008
Praga
terça-feira, 17 de junho de 2008
Berlim
A viagem de Paris para Berlim foi em grande estilo! Fomos de night train primeira classe!!! (Compramos pela internet, e não sabiamos que poderíamos ter comprado passagens mais baratas)
Foi uma mega bençao, quarto com camas confortáveis, banheiro dentro do quarto (com direito a pia e chuveiro), café da manhã na cama, com direito até a champagne!!! Aproveitamos pra a promoção no emprego (ficamos sabendo durante o dia anterior)!!! O Gustavo ainda aproveitou pra (finalmente) tomar banho!!! Com o chuveiro no quarto, não poderia desperdiçar a chance de tirar uma onda!!! He, he, he...
Chegamos bem cedo em Berlim e começamos a conhecer a cidade em mais um free walk tour. Foram bem interessantes as explicações sobre a história da cidade.
Berlim optou por não esquecer o seu vergonhoso passado na história recente. São muitos os museus e monumentos lembrando os mortos durante o nazismo e a dura realidade vivida durante a existência do muro, que separava a cidade em duas. A teoria é de que a historia não pode ser esquecida para não correr o risco de ser revivida!!!
No domingo, sob um calor de 30 graus, aproveitamos para conhecer os cartões postais da cidade. Já à noite (mas ainda claro, pois aqui só escurece às dez) achamos uma feirinha fófis e vimos ainda o final de um festival de música!!! O Gustavo aproveitou para brincar nos brinquedos infantis e reviver a infância... E eu pra comer um delicioso bolo de semente de papoula que já estava em promoção!
À noite fomos na rua dos barzinhos tomar uma cerveja alemã e comer salsicha!!! O cardápio não podia ser diferente...
Em nosso último dia fomos visitar o parlamento e depois dar uma passeada no parque! Aliás é um mega parque, lindo, cheio de coelhinhos... Achei fofis!!!
Eis que decidimos procurar um gramado para deitar e tomar um solzinho. Estávamos passeando tranquilões quando avistamos um que parecia interessante. À medida que fomos nos aproximando comecei a perceber que tinha alguma coisa estranha... Um gramado lotado de homens nus!!! Uns 40 peladões tomando sol, sozinhos sem nenhuma mulher... O Gustavo quando percebeu quase teve um treco e me puxou dizendo que eu não podia ver aquilo!!!!
OK, tudo bem! Procuramos outro gramado, onde só uns 20% estavam pelados! E a gente achando que os biquinis brasileiros que eram ousados...
No final da tarde achamos um lugar meio escondido, ao lado do rio, cheio de restaurantes. Muito legal, parecia que era um lugar pra galera fazer um happy hour no verão. Comemos por lá pra nos despedir da cidade, que ganhou o posto de nova cidade preferida!!!
PS- Aproveitei pra colocar em prática o meu extenso alemão!!! Usei com todos que eu encontrava todas as palavras que eu sabia, independentemente do contexto!!! "Bom dia, boa noite, durma bem, obrigada, até logo, eu te amo, etc" He, he, he, não podemos perder as oportunidades!!
quinta-feira, 12 de junho de 2008
Vale do Luar
Depois de Mont Saint Michel, fomos conhecer o Vale do Luar. É uma região super famosa no interior da França, à beira do rio Luar (dai o nome), e recheada de castelos.
A viagem durou 3 horas, que passaram rapidnhas ao som MPB do pen-drive da Claudinha. Bom pra matar a saudade. Ainda bem que estávamos com um blackberry - que faz as vezes de GPS - e não nos perdemos nas estradas do interior do país.
Decidimos ficar baseados em Tour, uma cidade à beira do rio e que é bem localizada: os principais castelos estão a uns 25km de lá. É um lugar bem animado, com ruas cheias de bares e restaurantes. Ficamos dois dias por lá, e selecionamos 3 castelos para visitar: Azay-le-Rideau, Chenonceaux, e Chambord.
Gostamos muito de todos, mas o preferido foi o Chenonceaux. O castelo foi construído sobre uma ponte, e fica até hoje em cima do rio. Além disso, tem um jardim maravilhoso, de onde foi dificil tirar a Claudinha dos banquinhos!
Pra jantar, escolhemos um restaurante na região mais animada. O problema é que simplesmente não estendemos NADA do cardápio em francês!!! Pedimos então para o garçom traduzir, mas ele não sabia nada de inglês. Aquele impasse... O que nos restou foi a mímica, um espetáculo à parte. O auge foi quando o garçom, não vendo outra saída para explicar um dos pratos, começou a imitar um porco: "hóinc, hóinc"!!! A imitação lhe valeu uma bela gorjeta, que a Claudinha fez questao de na entrega imitar o porco para que ele entendesse o motivo.
Voltamos para Paris e já nos encaminhamos para o nosso primeiro night train.
Observaçao: aproveitamos pra lavar as roupas em Tour. Causamos furor na lavanderia com o nosso método de lavar roupa: coloque tudo, simplesmente tudo (roupas de todas as cores e tecidos) dentro da máquina até o momento em que a portinha não fechar mais. Daí é só você abrir novamente dar umas porradas pras roupas se amassarem ainda mais, fechar e ligar. Pronto, agora é só esperar!!!
quarta-feira, 11 de junho de 2008
Mont Saint Michel
Depois de Paris, decidimos conhecer um pouquinho o interior da França. Como queríamos ir pra várias pequenas cidades e ficar pouco tempo em cada uma delas, decidimos alugar um carro. Pedimos o mais simples e baratinho, e portanto fomos buscá-lo sem muitas expectativas...
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Mas quando nos deparamos com ele a surpresa: ele era mega, mega fofis!! (Ver foto) Pequenininho, mas foi eleito o carro do ano. Pra um carro simples, ele até que era bem equipado: tinha até leitor de pen-drive pra tocar MP3!
Como era final de tarde, iniciamos a viagem conhecendo o trânsito francês. Pegamos uma avenida que circunda a cidade, igualzinha à Marginal. Na hora do rush, tudo parado. Demoramos quase 1 hora pra sair da cidade. Parecia que estávamos em São Paulo!!!
Escolhemos começar por Mont Saint Michel, que é um castelo cercado por água na região da Normandia. A viagem foi bem tranquila. As estradas eram bem boas, o pedágio bem caro, e poucos carros....
Chegando em Mont Saint Michel, fomos ver o castelo à noite. Realmente muito impressionante!!!. Ele é bem grande, há alguns quilômetros da cidade mais próxima. Com isso, fica isolado de luzes externas, cercado de mar e areia. No meio da noite, um grande contraste com a sua intensa iluminação!!! Realmente muito bonito!!!
No dia seguinte fomos apreciar o castelo à luz do dia. Descobrimos que dentro dele há uma mini cidadezinha (bem turística), com corredores super-estreitos repletos de lojinhas e restaurantes. A gigante população do castelo é de 42 pessoas. Só pra se ter uma idéia de como é bonito, quando o Google Earth criou o serviço de mostrar fotos de lugares turístico, usou o castelo como garoto propaganda!
Fizemos o tour basico (salas, igreja, terraços). Foi bem interessante, a vista lá de cima é espetacular!!!
Valeu a pena! Agora rumo a Tours!!!!!
Paris
De Edinburgo, pegamos um vôo à tarde para Paris, e fomos direto para o hotel. Pois é, havíamos procurado albergues, mas por incrível que pareça não encontramos muitas opções. Por outro lado, existem milhões de hotelzinhos baratos, ao invés dos albergues. Ficamos em um destes bem no limite de Paris, já em Bagnolet (município da Grande Paris). Apesar de longe, era bem pertinho da última estacao de metro, portanto fácil de chegar e sair.
Chegando na cidade, a Claudinha entrou em repeat cantando a musiquinha da copa (que pra falar a verdade eu não conhecia):
Paris, Paris, seu rio é o rio Seeeeena
Paris, Paris, tem louras mas não tem moreeeeenas
Não conhecia mas depois de ouvir umas 200 vezes acabei decorando e não conseguia tirar a música da cabeça.
Fomos conhecer a cidade pela atração principal, a torre Eiffel. Realmente foi só quando vimos a torre que caiu a ficha que estávamos em... Paris!!! E foi uma baita surpresa boa quando, andando no meio da cidade, a vimos surgir por detrás dos prédios. E é impressionante (no mau sentido) saber que ela sofreu uma baita resistência quando foi projetada, no final dos 1800, para uma exposição mundial de arte. Acharam feia demais. Depois, quiseram desmontá-la, mas como era uma boa estrutura para colocar antenas de rádio, acabou se salvando (!!!). De qualquer forma, está ai até hoje.
Passeio tradicional: subimos até o alto, de escadas até o primeiro platô (pra ficar mais barato, claro - pra fazer step é que não era), e depois de elevador até o topo (não dá pra ir de escada até lá) de onde pudemos ter uma vista completa, panorâmica, 360, e tudo o mais que se pode imaginar. E lógico que, como um casal muito competitivo, rolou aquela corridinha básica pelas escadas (coisa de quem está muito à toa, confesso). Fato: ela chegou uns quarenta minutos depois, com meio metro de língua pra fora!!! Versão Claudinha: a Claudinha ia ganhando quando um grupo de turistas a atrapalhou....
Saindo da torre, fomos ao Palácio de Chaillot, que é bem na frente. Lá estava sendo montada uma estrutura de show. Com a curiosidade de turistas à flor-da-pele (e aquela esperança de filar um showzinho de graça), perguntamos pros seguranças o que iria rolar, e soubemos que seria um festival no dia seguinte (domingo) à tarde, com bandas internacionais. O melhor: de graça. Com certeza voltariamos.
Depois, roteiro clássico Paris: Arco do Triunfo, Champs-Elysee, Praça da Concórdia, Jardins des Tuileries. Mas foi só chegarmos ao Arco do Triunfo, que desabou o mundo. Começou a chover canivete. Sorte que eu estava com capa de chuva (valeu, Saraiva!). Amarela, quase fluorescente, com o desenho da Pocahontas, mas ainda assim uma boa proteção da chuva. A Claudinha, coitadinha, ficou mais encharcada que vira-lata em temporal. Buááá!!!!
Sábado à noite em Paris não poderia passar em branco, e fomos à procura de um barzinho que a Marina tinha indicado. No caminho, encontramos um baita de um sambão, num barzinho. Pagode rolando, com a banda "Só Favela". Tava bem animado, e acabamos não resistindo e ficando um pouquinho. Quando finalmente chegamos no outro bar, a decepção: o lugar era muito caro, não acessivel a míseros mochileiros. Acabamos fechando a noite em um bar de rua, também bacaninha.
No dia seguinte, começamos por Sacré-Coeur, Ile de la Cité, Notre Dame. Depois fomos a um prédio modernoso, também indicado pela Marina: Centro Pompidou, com exposição de arte moderna, cinemas e a biblioteca pública. No caminho de volta pro Chaillot (onde teria o show de graça), ainda passamos pelo Jardin de Luxemburgo. Além de ser um parque bem bonito, estava acontecendo um festival de shows de mímica, que filamos um pouquinho. Engraçado...
Depois de tantos passeios, o susto ao olhar o relógio e perceber que estávamos atrasados para o grande show, o grande evento!!!!!
Saímos correndo como uns doidos, para o evento imperdível!!! E o melhor, de graça!!!
Chegamos esbaforidos, e percebemos que estava atrasado. Mas isso não foi nenhum espanto, depois que até a troca da guarda dos lords ingleses também se atrasou... Ficamos matando tempo no Campo de Marte, até ouvirmos vozes no microfone. Nos aproximamos e começamos a desconfiar que tinha alguma coisa estranha....
Começou com o segurança perguntando: "De onde você é? Você ama Israel?". Como assim??? Bom, se essa era a condição pra entrar, "amo muito, muito, é lógico!!!!"
Conseguimos chegar próximo ao palco, e percebemos que estávamos rodeados de judeus, com bandeiras de Israel. Alguns abraçados a bandeira gigantes. Comecou então um discurso infinito, e nada de show! E nós lá, de pé, só na espera. Cadê o bendito do espetáculo com as várias bandas internacionais que nos prometeram? Depois de um tempo, quem de repente chegou? A chuva!!!
Resistimos no início, afinal valeria a pena a chuvinha pra ver o grande show. Mas foi só até descobrirmos que estávamos em um evento de aniversário de Israel. O fato de até o momento só terem tocado músicas judaicas, todas aquelas pessoas cantando os hinos, aquele monte de bandeiras de Israel foram boas dicas pra chegar a essa conclusão (óbvia). Com a chegada da chuva gelada desistimos e fomos embora, frustrados.
Ficamos matando tempo numa lanchonete até às 10 da noite, horário da Torre começar a piscar. Pra quem ainda não viu, vale a pena. De noite, com todas as luzes, é que a torre fica mais bacana. Dá uma baita valorizada. E pra completar, a cada hora cheia depois das 10 (quando escurece, acredite se quiser) a torre começa a piscar. Fica piscando por 10 minutos. Muito bonito.
Dia seguinte, Louvre. Imperdível, mesmo pros leigos como nós. Vale a pena pegar um daqueles audio-guides (aparelhinho tipo um MP3 player que vai te dizendo tudo o que você precisa saber sobre cada obra). Só assim pra conseguir apreciar toda a riqueza do museu.
No outro dia, Versailles. Segundo dizem, é o palácio mais bonito do mundo. Ele é bonitão mesmo, mas o maior charme é seu gigantesco jardim!!!! Uma pena que estava chovendo, pois o passeio no jardim acabou ficando um pouco prejudicado.
Em resumo, Paris realmente merece o destaque que tem. E a Claudinha a elegeu como a cidade mais completa até agora...
terça-feira, 3 de junho de 2008
Escocia
A Escócia não estava em nosso roteiro original, mas como todo mundo fala super-bem do país, resolvemos incluir Edinburgo na viagem. A idéia era dar uma passada rápida de dois dias, só pra olhar como era o país-dos-homens-de-saia.
Conseguimos um ônibus noturno de Londres a Edinburdo (a viagem dura 9 horas), super barato. Mal-acostumados com o conforto dos trens europeus, achamos que o ônibus seria o maior bizu. Afinal, dormiríamos na viagem, economizando uma noite no albergue.
Mas se tem algo que os europeus têm que aprender com os brasileiros é como viajar de ônibus. O que pegamos era apertado, sem lugares marcados (cada um por si pra encontrar lugar bom quando as portas abrem) e sem aquela divisória entre as poltronas que impede que um passageiro invada o espaço do outro. Resultado: quase não dormimos nada.
Claro que chegamos meio moídos em Edinburgo, mas o sangue nos olhos continuava... Corremos pra deixar os mochilões no albergue antes de sair pra explorar a cidade.
Pra falar a verdade, e ao contrário do que esperávamos, não existe muita coisa turística pra se fazer em Edinburgo. A grande atração é um castelo no meio da cidade, mas fora isso não tem muito mais coisa.
Ah, e realmente alguns homens usam saia... Hehehe... Pessoas normais, andando na rua, de saiote e camisa.
A noite aproveitamos pra ir a uma baladinha. Tinha várias opções legais, e dentre elas é lógico que escolhemos o bar universitário: barato e bem animado (final de campeonato de futebol). A Claudinha tomou uma cerveja e disse que era uma benção!!!!!
No geral, não valeu o rolê de subir pra lá antes de voar a Paris. Mas pelo menos a coleção dos shotglasses vai ganhar mais um item...
segunda-feira, 2 de junho de 2008
Londres
Nosso plano original era seguir de Chamonix para a França - onde ficaríamos mais ou menos 1 semana - e depois para Londres. No entanto, conseguimos um vôo mais barato Genebra-Londres. Como ainda não tínhamos reservado o albergue, mudamos o plano.
Ao descer em Londres, de cara já se nota que é um lugar diferente. A imigração é muuuuito mais rigorosa. Se na entrada pela Espanha não nos perguntaram nada, para entrar na Inglaterra (mesmo vindo da Suíça), o guardinha da imigração só faltou perguntar o tamanho da minha cueca. O resto, questionou tudo: o quê estamos fazendo, de onde viemos, para onde vamos, se já temos passagem de volta, quanto dinheiro temos, etc. E nós lá: onkotô, proncovô, doncovim? Quem não deve não teme, mas mesmo assim a situação é meio tensa. Vai que o cara acordou de mau humor, não achou que a camisa combina com a calça, ou então que brasileiro ou é malandro ou jogador de futebol, e resolve nos barrar? Ainda bem que ele não criou grandes problemas (porque nítido que jogador de futebol eu não sou), mesmo apesar de ainda não termos a passagem de saída da Inglaterra.
Aliás, não sei o por quê eles são tão rigorosos na imigração. As ruas londrinas estão absolutamente cheias de brasileiros. Qualquer passeio não termina sem ouvir o português do Brasil.
Resumindo Londres, diria que é uma cidade viva. Mesmo com o frio (e o vento gelaaaaado!), as ruas estão sempre cheias, e a população aproveita bem a cidade. Nas praças, nos metrôos, nos parques, sempre vários artistas tocando ou cantando ou fazendo qualquer show em troca de uns trocados... E as pessoas contribuem mesmo!
Os parques ficam cheios de pessoas passeando, saindo com os cachorros, correndo. Aliás, nunca vi tanto cachorro nos parques, pra delírio da Claudinha. Nem povo tão animado pra correr. Deve ser o esporte nacional. Mesmo nos dias mais frios, com aquele vento gelado que vai até fundo nos ossos, encontramos vários sem-noção correndo de short e regata. Só se for pagamento de promessa, porque ninguem em sã consciencia faz isso voluntariamente.
Contra o que esperávamos, Londres foi barata pra nós. A começar pelo albergue. Pegamos um super-bem localizado (ao lado do Hyde Park, colado numa estação de metro), super barato (aprox 12 euros por dia por pessoa. Esmola muita o santo desconfia... Mas nós não desconfiamos...
Alimentação também foi muito barata, depois de descobrimos o maior bizu pros mochileiros: no fim de tarde os supermercados passam verificando quais produtos estão pra vencer, e remarcam os preços lá embaixo. Por exemplo, compramos uns sanduiches de 2,50 libras por míseros 10 centavos... Mesma coisa com as saladas de frutas (que não comiamos há séculos), e pacotes de pães... Claro que limpamos o estoque, afinal data de validade é coisa da Globo. Bom demais da conta, so!
Os museus da cidade também facilitam a vida dos sem-salário. Os principais são todos gratuitos, e de excelente qualidade, muito bem organizados.
O que é caro por lá é o transporte público. Pros desavisados, pegar o metro pode custar até 4,50 libras. No entanto, o preço pode ser (muito) menor dependendo do percurso. Existe um cartão pré-pago pra simplificar a vida. Além de minimizar as tarifas, cobrando o mínimo possível, ele ainda dá um desconto. Cada viagem nossa saía por 1,50. Recomendo fortemente, mesmo pra quem vai ficar poucos dias.
Bom, voltando ao albergue, tava realmente muito bom pra ser verdade. Pra pegar o melhor preço, topamos dormir em um quarto de 16 pessoas, 8 beliches praticamente amontoados. Não dava nem pra ver a cor da parede, porque as camas ficavam coladas umas às outras e ocupavam todo o espaço.
Pra crescer a pulga atrás da orelha, ao chegar encontramos um cara mudando de quarto. Explicou que não tinha conseguido dormir nada na noite anterior, por causa do barulho, e que essa era a última tentativa dele. Bom, já tinhamos pagado mesmo, agora era ficar pra ver. Nisso a pulga já tinha virado um carrapato.
Passeamos o dia todo, e quando chegamos para dormir, tinham roubado a cama da Claudinha. Como as camas não eram numeradas, cada um chegava e ocupava qualquer uma. Tinham tirado as coisas da Claudinha de cima da cama e jogado tudo na minha. Já tinhamos sido roubados durante a viagem, mas roubo de cama é demais!!!!!
Como aparentemente todas as camas já estavam ocupadas, chamamos o funcionário do albergue. Ele escolheu meio que aleatoriamente outra cama, e falou que a Claudinha podia dormir ali...
Naquelas condições, tivemos um mega ataque de riso: se roubavam até cama, nada estava seguro... Não queriamos deixar nada destrancado: "- Claudinha, deixa a água embaixo da cama.
- Não!!! Eles vão beber nossa água!!!!!!"
Passeamos pela cidade. Tem muita coisa pra se ver, algumas bem diferentes. Por exemplo, no Hyde Park, tem uma região chamada Speaker's Corner, em que toda e qualquer pessoa pode discursar. É só chegar lá no domingo, subir em algum banquinho e começar a falar sobre qualquer assunto. Sempre pára um monte de gente pra ouvir. Fórmula perfeita pros malucos de plantão. Vários caras aproveitam pra pregar sobre religião, até que alguém de outra fé suba ao lado e comece a debater... Discutir mesmo. Coisa de doido. Mas o pior são os alucinados pseudo-sábios. Tinha um cara que inventou uma teoria. Ao invés de acreditar que eram movimentos tectônicos a causa dos Alpes, ele queria porque queria que todo mundo acreditasse que eles tinham aparecido por causa de um meteoro gigante que tinha caído ao lado... Ou um outro, que tentava convencer que as mulheres deveriam voltar para o fogão. E isso porque a gente só ficou uns 10 minutos, e já viu tanta doideira!
Chegou a noite, fomos dormir e parecia que tudo ia bem. Durou só a primeira soneca... No meio da noite, chegaram 2 meninas bêbadas, que estavam sem cama. Claro que chamaram o cara do albergue pra resolver. Nisso, ele entrou no quarto, acendeu a luz, começou a falar alto como se fosse a coisa mais normal do mundo às 4 da matina. Resultado: o cara do albergue achou um menino dormindo em uma cama que não era dele. Ele teve que arrumar imediatamente as malas e ir embora.
Pra completar, uma das meninas, de tão bêbada, na hora de deitar errou a cama vaga e deitou em cima do Gustavo!!!!!!! Acho que ela não resistiu... Fala sério, né!? Depois de tudo resolvido, ainda sobraram os rooooooncos!!!!!
No dia seguinte acordamos quebrados, mas pelo menos o café da manhã era uma bênção!!!!!!!!!!!!! Aproveitamos pra conhecer Londres em um tour grátis. É um bom esquema que existe em várias cidades da Europa. São tours guiados por jovens universitários que percorrem os principais pontos da cidade a pé. O passeio dura 3:30h, e ao final, se você gostou, deixa uma gorjeta. É barato e vale a pena. O nosso guia conhecia bastante de Londres, e era um cara bem engraçado.
À noite, o carrapato já tinha se transformado num jabuti atrás da orelha. O que poderia nos esperar? Pelo menos as bêbadas já tinham ido embora. De novo, fomos dormir tranquilos. Mas no meio da noite, a Claudinha acorda com um pé gigante do lado da cabeça. O cara na outra cama era tão grande que não cabia na cama dele. Como as camas eram muito próximas, o pezão foi repousar tranquilamente no travesseiro da Claudinha... De fundo, a sinfonia dos roncos de uma menina chinesa. Nunca vi uma menina tão pequena conseguir roncar tão alto!
No fim, ficamos 4 dias na cidade, e conhecemos muita coisa bacana. Big Ben, roda gigante gigante mesmo (a maior do mundo, bem no centro da cidade), Torre de Londres, Trafalgar Square, pub, museus e por ai vai. Nota 10!