segunda-feira, 2 de junho de 2008

Londres

Londres

Nosso plano original era seguir de Chamonix para a França - onde ficaríamos mais ou menos 1 semana - e depois para Londres. No entanto, conseguimos um vôo mais barato Genebra-Londres. Como ainda não tínhamos reservado o albergue, mudamos o plano.

Ao descer em Londres, de cara já se nota que é um lugar diferente. A imigração é muuuuito mais rigorosa. Se na entrada pela Espanha não nos perguntaram nada, para entrar na Inglaterra (mesmo vindo da Suíça), o guardinha da imigração só faltou perguntar o tamanho da minha cueca. O resto, questionou tudo: o quê estamos fazendo, de onde viemos, para onde vamos, se já temos passagem de volta, quanto dinheiro temos, etc. E nós lá: onkotô, proncovô, doncovim? Quem não deve não teme, mas mesmo assim a situação é meio tensa. Vai que o cara acordou de mau humor, não achou que a camisa combina com a calça, ou então que brasileiro ou é malandro ou jogador de futebol, e resolve nos barrar? Ainda bem que ele não criou grandes problemas (porque nítido que jogador de futebol eu não sou), mesmo apesar de ainda não termos a passagem de saída da Inglaterra.

Aliás, não sei o por quê eles são tão rigorosos na imigração. As ruas londrinas estão absolutamente cheias de brasileiros. Qualquer passeio não termina sem ouvir o português do Brasil.

Resumindo Londres, diria que é uma cidade viva. Mesmo com o frio (e o vento gelaaaaado!), as ruas estão sempre cheias, e a população aproveita bem a cidade. Nas praças, nos metrôos, nos parques, sempre vários artistas tocando ou cantando ou fazendo qualquer show em troca de uns trocados... E as pessoas contribuem mesmo!

Os parques ficam cheios de pessoas passeando, saindo com os cachorros, correndo. Aliás, nunca vi tanto cachorro nos parques, pra delírio da Claudinha. Nem povo tão animado pra correr. Deve ser o esporte nacional. Mesmo nos dias mais frios, com aquele vento gelado que vai até fundo nos ossos, encontramos vários sem-noção correndo de short e regata. Só se for pagamento de promessa, porque ninguem em sã consciencia faz isso voluntariamente.

Contra o que esperávamos, Londres foi barata pra nós. A começar pelo albergue. Pegamos um super-bem localizado (ao lado do Hyde Park, colado numa estação de metro), super barato (aprox 12 euros por dia por pessoa. Esmola muita o santo desconfia... Mas nós não desconfiamos...

Alimentação também foi muito barata, depois de descobrimos o maior bizu pros mochileiros: no fim de tarde os supermercados passam verificando quais produtos estão pra vencer, e remarcam os preços lá embaixo. Por exemplo, compramos uns sanduiches de 2,50 libras por míseros 10 centavos... Mesma coisa com as saladas de frutas (que não comiamos há séculos), e pacotes de pães... Claro que limpamos o estoque, afinal data de validade é coisa da Globo. Bom demais da conta, so!

Os museus da cidade também facilitam a vida dos sem-salário. Os principais são todos gratuitos, e de excelente qualidade, muito bem organizados.

O que é caro por lá é o transporte público. Pros desavisados, pegar o metro pode custar até 4,50 libras. No entanto, o preço pode ser (muito) menor dependendo do percurso. Existe um cartão pré-pago pra simplificar a vida. Além de minimizar as tarifas, cobrando o mínimo possível, ele ainda dá um desconto. Cada viagem nossa saía por 1,50. Recomendo fortemente, mesmo pra quem vai ficar poucos dias.

Bom, voltando ao albergue, tava realmente muito bom pra ser verdade. Pra pegar o melhor preço, topamos dormir em um quarto de 16 pessoas, 8 beliches praticamente amontoados. Não dava nem pra ver a cor da parede, porque as camas ficavam coladas umas às outras e ocupavam todo o espaço.

Pra crescer a pulga atrás da orelha, ao chegar encontramos um cara mudando de quarto. Explicou que não tinha conseguido dormir nada na noite anterior, por causa do barulho, e que essa era a última tentativa dele. Bom, já tinhamos pagado mesmo, agora era ficar pra ver. Nisso a pulga já tinha virado um carrapato.

Passeamos o dia todo, e quando chegamos para dormir, tinham roubado a cama da Claudinha. Como as camas não eram numeradas, cada um chegava e ocupava qualquer uma. Tinham tirado as coisas da Claudinha de cima da cama e jogado tudo na minha. Já tinhamos sido roubados durante a viagem, mas roubo de cama é demais!!!!!

Como aparentemente todas as camas já estavam ocupadas, chamamos o funcionário do albergue. Ele escolheu meio que aleatoriamente outra cama, e falou que a Claudinha podia dormir ali...

Naquelas condições, tivemos um mega ataque de riso: se roubavam até cama, nada estava seguro... Não queriamos deixar nada destrancado: "- Claudinha, deixa a água embaixo da cama.
- Não!!! Eles vão beber nossa água!!!!!!"
Passeamos pela cidade. Tem muita coisa pra se ver, algumas bem diferentes. Por exemplo, no Hyde Park,  tem uma região chamada Speaker's Corner, em que toda e qualquer pessoa pode discursar. É só chegar lá no domingo, subir em algum banquinho e começar a falar sobre qualquer assunto. Sempre pára um monte de gente pra ouvir. Fórmula perfeita pros malucos de plantão. Vários caras aproveitam pra pregar sobre religião, até que alguém de outra fé suba ao lado e comece a debater... Discutir mesmo. Coisa de doido. Mas o pior são os alucinados pseudo-sábios. Tinha um cara que inventou uma teoria. Ao invés de acreditar que eram movimentos tectônicos a causa dos Alpes, ele queria porque queria que todo mundo acreditasse que eles tinham aparecido por causa de um meteoro gigante que tinha caído ao lado... Ou um outro, que tentava convencer que as mulheres deveriam voltar para o fogão. E isso porque a gente só ficou uns 10 minutos, e já viu tanta doideira!

Chegou a noite, fomos dormir e parecia que tudo ia bem. Durou só a primeira soneca... No meio da noite, chegaram 2 meninas bêbadas, que estavam sem cama. Claro que chamaram o cara do albergue pra resolver. Nisso, ele entrou no quarto, acendeu a luz, começou a falar alto como se fosse a coisa mais normal do mundo às 4 da matina. Resultado: o cara do albergue achou um menino dormindo em uma cama que não era dele. Ele teve que arrumar imediatamente as malas e ir embora.

Pra completar, uma das meninas, de tão bêbada, na hora de deitar errou a cama vaga e deitou em cima do Gustavo!!!!!!! Acho que ela não resistiu... Fala sério, né!? Depois de tudo resolvido, ainda sobraram os rooooooncos!!!!!

No dia seguinte acordamos quebrados, mas pelo menos o café da manhã era uma bênção!!!!!!!!!!!!! Aproveitamos pra conhecer Londres em um tour grátis. É um bom esquema que existe em várias cidades da Europa. São tours guiados por jovens universitários que percorrem os principais pontos da cidade a pé. O passeio dura 3:30h, e ao final, se você gostou, deixa uma gorjeta. É barato e vale a pena. O nosso guia conhecia bastante de Londres, e era um cara bem engraçado.

À noite, o carrapato já tinha se transformado num jabuti atrás da orelha. O que poderia nos esperar? Pelo menos as bêbadas já tinham ido embora. De novo, fomos dormir tranquilos. Mas no meio da noite, a Claudinha acorda com um pé gigante do lado da cabeça. O cara na outra cama era tão grande que não cabia na cama dele. Como as camas eram muito próximas, o pezão foi repousar tranquilamente no travesseiro da Claudinha... De fundo, a sinfonia dos roncos de uma menina chinesa. Nunca vi uma menina tão pequena conseguir roncar tão alto!

No fim, ficamos 4 dias na cidade, e conhecemos muita coisa bacana. Big Ben, roda gigante gigante mesmo (a maior do mundo, bem no centro da cidade), Torre de Londres, Trafalgar Square, pub, museus e por ai vai. Nota 10!

2 comentários:

Anônimo disse...

OI pessoas,
já estava ficando com saudade das histórias.
Esse alberque era dos bons e o quarto elhor ainda, com direito a chulé grátis no meio da noite. Uma baita promoção.
Um grande beijo para vcs.
A viagem parece estar ótima, cheia de histórias e coisas engraçadas.
Beijos,
Tati

Anônimo disse...

Oi Gu, essa história de correr de short e camiseta chama aclimataçao! Coisa q a gente tbm tem, mas nao usa muito aqui no Brasil quando se trata de frio....
E eu aposto q vc não levou cachecol!!!! Ta passando frio de bobeira!