quinta-feira, 19 de junho de 2008

Praga

Praga

Daqui pra frente, o leste europeu. A primeira parada: Praga.

Já no trem deu pra perceber que estávamos em algum lugar diferente da Europa ocidental. O condutor falava como um daqueles locutores de rodeio, super rápido, sem pausas. Um turbilhão de sons totalmente incompreensíveis. Entendíamos bulhufas... :) Em todos os outros países, por mais que não falássemos a língua, conseguíamos pescar uma ou outra palavra... Aqui não... Nem esquerda, nem direita, nem saída, entrada... Não entendíamos absolutamente nada... 

Chegando na cidade, fomos direto pro centro histórico, que é bem famoso. Lá tem o tal do relógio astronômico, que mostra, além das horas, também o dia, mês, posição do sol, da lua, da terra, etc etc etc. Pode ser até que mostre, mas não temos a menor idéia de como... Parece simplesmente um monte de ponteiros mexendo aleatoriamente...

Sentamos um pouquinho na praça, pra observar o movimento e dar aquela relaxada...

Todo mundo sabe que os europeus - vamos colocar dessa forma - têm uns conceitos de higiene meio "diferentes" dos nossos... Por exemplo, os franceses carregando as baguetes debaixo do braço (naquele sovaco MEGA fedido, meu Deus como fedem...), sem nenhum saco ou papelzinho... E nem é lenda, porque vimos acontecer várias vezes na cidade... Mas em Praga a higiene ficou diferente demais: estávamos tranquilões na praça, curtindo o dia, quando vimos um pai com seu filhinho, de uns 3 anos de idade. A criança saboreava um sorvete, mas tava exigindo demais da guloseima, inclinando demais a casquinha e desafiando a lei da gravidade... A Claudinha, especialista em sorvetes, já cantou logo: "- quer apostar que aquele sorvete vai cair no chão?". Pois é, dito e feito: nem 10 segundos depois tava lá a bola de sorvete caída, e o menininho choramingando com o pai... Ora vejam vocês... Numa situação dessas, o quê todo pai consciente faria???

Pois é, ele nem titubeou. Vendo o filho chateado por não ter mais o sorvete, o prestativo pai foi lá no meio da praça, pegou a bola de sorvete do chão ("que consciente, limpando o lixo" poderiam dizer os mais ecológicos), deu aquela "sopradinha limpadora-desinfetante", e colocou na casqunha pro filho continuar lambendo??? Ficamos completamente chocados!!!! O que não mata, engorda...

O dia seguinte amanheceu meio chuvoso, e fomos conhecer o famoso castelo de Praga. Ele pode ser tudo, mas não é um castelo. O que todo mundo pensa que é o castelo é uma das igrejas que fica lá dentro. De castelo mesmo só existem os muros externos. Dentro deles, uma cidadezinha à parte: igrejas, museus, lojinhas, etc.

No pátio do castelo ocorre a cada hora a troca da guarda. Mas se na Inglaterra é uma cerimônia completamente formal, aqui parece um samba do criolo doido: os guardas começam a fazer acrobacias coreografadas com os fuzis, jogam as armas de um pro outro, batem no chão. Parece um sapateado! Tudo sincronizado. Bonito, mas só pra turista ver mesmo...

Depois do tour básico, voltamos pra praça principal, onde estava tendo um festival de cultura tailandesa. Foi interessante. Eles apresentaram algumas peças encenadas com marionetes.

À noite rolou a maior integração no albergue. Saímos com a galera (gente to mundo todo) pro bar ("beber, cair, levantar...lá lá lá lá"). Eis que no meio da conversa contei que íamos mudar pros EUA, e que o Gustavo ia fazer um MBA. Depois de um tempinho percebi que eles estavam com uma cara meio estranha. Foi quando veio o comentário mais engraçado da noite:
- Mas ele não parece um jogador de basquete!!!
Ai, ai nada como entender um N em vez de M....

No dia seguinte, fomos a mais um dos famosos Free tour, que já conhecíamos de Londres e Berlin. Nos outros, sempre acabamos deixando uma gorjeta pro guia - afinal, é assim que eles colocam o leite na mesa pras criancinhas - mas dessa vez não teve jeito. A guia, apesar de entender muito de história, não conseguia se comunicar direito. Empolgação zero, volume de voz negativo. Abandonamos o passeio no meio e aproveitamos pra tirar um cochilo no banco no pátio do castelo.

À noite, fomos conhecer a famosa noite de Praga, na companhia de um brasileira e duas malaias. Pegamos indicações locais, e fomos na maior boite de lá. Imensa mesmo! 5 andares, cada um com DJs e ambientes diferentes. O mais legal era observar a pista de dança. Como estava cheio de pessoas de diferentes países, as danças eram também muito diferentes! Tinha uns que pareciam que tavam com um rato dentro da roupa, ficavam se chacoalhando o tempo todo, parecia que queria pegar o roedor... Diversão pura!!! Tocou de tudo, até música brasileira! Dos últimos tempos: "Bate forte o tambor eu quero é tique, tique, taque". Dos últimos tempos mesmo... Essa música deve ter uns 15 anos.

No último dia, fomos conhecer as ousadias da arquitetura checa. Primeiro, o prédio dançante, que é uma construção toda torta. Ela tem esse nome porque passa a idéia de que está se mexendo. E é verdade mesmo, a gente fica com essa impressão. Depois, fomos ver a torre de TV deles. Seria somente uma torre meio diferentona, com um formato estranho, não fosse pela bizarricei de colocar um monte de esculturas de bebês gigantes escalando a torre. Ficou bizarro. Vai entender!

Na noite, pegamos um night train pra Cracovia. Gostamos muito de Praga, vale realmente a pena conhecer!

PS- Maior preocupação do Gustavo durante a viagem:
"-Claudinha quantos tipos de cereais vamos ter na nossa casa nos EUA? 10? 15? A gente tem que ter uma prateleira só pra eles!!! Vamos deixar nas caixas ou em potes?"

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