terça-feira, 8 de agosto de 2006

O Terminal

3o dia de viagem, 3a ida ao Aeroporto Tocumen, em Panama City. Quem já viu o filme "O Terminal" (com Tom Hanks) vai começar a entender o que estamos sentindo...Gato escaldado tem medo de água fria, então só relaxamos quando o avião finalmente decolou. Sorte nossa que dessa vez fomos juntos. Um trecho rápido até San Jose (capital da Costa Rica), 20 minutos em solo e finalmente vôo para Tegucigalpa, capital de Honduras.

Ao pegar as bagagens, a desagradável surpresa de que tinham sido abertas. Não sei por quem, mas quebraram o cadeado que eu (Gus) tinha comprado no dia anterior. Felizmente não faltava nada (ou pelo menos eu achava que não), então acho que estavam à procura de drogas. Será que a gente tem cara de traficante?

Ao contrário do Panamá, os hondurenhos parecem muito mais amistosos e hospitaleiros. Não só parecem, como são inclusive mais gentis, o que descobrimos quando fomos trocar dinheiro e pedir informação.Os ônibus (pegamos um do aeroporto à cidade) são mais organizados, e não bagunça no Panamá. São todos pintados de uma cor única (amarelo), e possuem um cobrador, apesar de não terem roleta.

Chegando à cidade, fomos logo à transportadora verificar os horários de partida para as ruínas de Copán.. Parecia uma garagem, com algumas cadeiras de plástico espalhadas. Sabe aquela sensação "será que é aqui mesmo?" Para nossa sorte, era, o ônibus saia às 11pm, e assim poderíamos viajar à noite e recuperar um dos dias perdidos no Panamá. O atendente (um moleque de camiseta, que estava na rua) sugeriu que deixássemos as malas lá até o horário de saída. E ai? Deixar as malas num lugar que parecia um fundo de quintal, com um moleque que não parecia funcionário de lugar nenhum, em em um pais novo em que não conhecíamos ninguém? ... Huuuummmm ... Será? ... Acabamos deixando, e decidimos conhecer Tegucigalpa.

Parece uma cidade do interior, mas mais movimentada e com trânsito caótico, salpicado de buzinas. Armas, muitas armas, por todos os lados. Seguranças na porta de lojas portando escopetas, soldados do exército com seus fuzis (um monte de soldados por toda a cidade). Pelo menos sabíamos que roubados não seriamos em Tegucigalpa. Mortos talvez, mas não roubados...

Fomos ao museu militar que celebrava a Guerra do Futebol, que durou apenas 4 dias em 1968. O estopim da guerra foi a agressão. de imigrantes salvadorenhos após uma partida entre el Salvador e Honduras pelas classificatórias da Copa do Mundo. Meio exagerado o museu, cheio de fotos de esquadrões posando depois da "missão cumprida". Como é possível ter tantas missões cumpridas em apenas 4 dias? Acho que essa mini-guerra foi deflagrada só pra agitar um pouco a pacata vida dos militares hondurenhos.


Em seguida, visitamos o Parque La Concordia, cheio de réplicas de monumentos maias, já pra dar um gostinho do que veríamos no dia seguinte em Copán.

Ao escurecer, o povo nas ruas desapareceu como num passe de mágica, parecia toque de recolher. Apertamos o passo para chegar à transportadora, onde esperamos por 4 horas até a partida do ônibus.

Perto do horário de embarcar, começou uma bagunça, todos correram para o ônibus, para garantir um bom assento (não existem lugares marcados). Os últimos a entrar viajaram no corredor, em banquetas de plástico... Durante a noite inteira!

Logo antes de sairmos, um pastor (que devia trabalhar na empresa de ônibus) iniciou uma pregação, bem nos estilo Igreja Evangélica. Estávamos nos primeiros bancos, e ele a uns 30 cm de nós. Falou por bem meia-hora. Aos gritos! Enérgico! 1.000.000 de dB de volume de voz! Pedindo aplausos para quem concordava com passagens especificas. O ônibus inteiro aplaudia (inclusive nós). Um bom orador, sem dúvida... Depois de devidamente avisados sobre o poder de Jesus e sem 10% da audição, partimos.

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