Amanhecemos no bumba. Quase isso, pois chegamos em Santa Elena às 4h30 da manhã e o sol ainda não havia nascido. Santa Elena fica à 30 minutos andando de Flores. Andando na direção certa.
Colamos nos praticantes de Yoga, pois estes tinham uma reserva baratíssima em um hotel e se ofereceram para alojar nossas malas enquanto visitássemos Tikal. Enganados por um taxista que tentava nos explorar, andamos na direção errada. A mala de 15kg já fazia parte do corpo fatigado. Amaldiçoamos até a 5o geração do tal taxista e andamos mais um bom tempo até acertarmos.
Já no parque que abriga as ruínas, foi a vez dos guias tentarem nos explorar. Em nosso grupo de viagem Antigua-Tikal, poucos entendiam espanhol e o único guia anglofônico disponível era o fim. Não parecia guatemalteco e era o gordo mais arrogante que um gordo pode ser, além de difamar os outros guias que falavam apenas espanhol. O que fazer? Simples: desencanar e fazer a italiana-americana-yoga de intérprete pra galera, complementada por nós.
As ruínas ficam dentro da floresta. Mesmo. Macacos, aranhas, quatis e pássaros mil cruzam seu caminho para os templos. Além dos pernilongos que drenam seu sangue até você se sentir mais leve. Dica para futuros visitantes: levem uma bolsa de sangue adicional. Você vai precisar de uma transfusão no fim do dia.
Os templos são assombrosos. Medindo dezenas de metros de altura, alcançáveis por centenas de degraus, os templos fazem pensar que os antigos sacerdotes maias era Roberto Carlos das antigas. Haja perna para escalá-los sob o sol do meio-dia.
Do alto dos templos, é possível enxergar outros prédios do complexo Tikal emergindo da verde e densa floresta. É tudo tão grandioso e meticulosamente planejado que faz pensar que não evoluímos muito desde os anos 300 aC.
Subimos, por fim, o templo IV, com seus imponentes 54 metros. Mesmo com as escadas de madeira auxiliares, é de perder o fôlego. No alto, o casal Yoga plantava bananeira para a foto. É, tem nego pior que a gente.
Suados, cansados e com novas dores nas pernas e pés, decidimos ficar uma noite sem viajar de ônibus. Motivados também pelo fato de não existir ônibus aquele horário.
Hospedamo-nos no mesmo hotel que o casal Yoga. O dono do estabelecimento devia ser panamenho, saudoso de seu país natal. Digo isto porque ele tentou reconstruir o clima úmido, quente e asfixiante do Panamá nos quartos que aluga. O pior é que conseguiu. Foi uma noite breve.
quinta-feira, 17 de agosto de 2006
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