Acordamos cedo pra preparar nossa viagem do dia seguinte para o Acatenango, o maior vulcão da região. De lá poderíamos ter uma vista espetacular do Fuego, um vulcão ativo vizinho. No entanto, ao consultarmos a Old Town Outfitters - operadora de turismo recomendada pelo guia de viagens - descobrimos que estava completamente ocupada, com diversas excursões já programadas, mas nenhuma para o nosso vulcão. A situação estava agravada pois um de seus guias havia retornado aos EUA, e ainda não havia sido substituído. Não pretendiam formar um grupo para o Acatenango antes do dia 15.
Grande dúvida: ignorar o vulcão - um dos grandes motivos de nossa vinda a Antigua - ou perder alguns preciosos dias dos próximos destinos (somado ao nosso atraso pelo stand-by no Panamá, isto comprometeria completamente nosso roteiro original)? Opções? E se alterássemos todo o nosso roteiro, indo a Tikal antes do vulcão? Hum, não era a melhor opção mas poderia funcionar. A gentil atendente da agência de turismo - devidamente ciente de nossa situação -ainda nos dá uma ultima esperança: já havia visto anúncios de uma outra operadora que faz o mesmo passeio, mas não conhece a qualidade dos guias. Isso é importante, já que vamos caminhar por 6 horas e passar a noite acampados lá no alto.
Resolvemos arriscar, e fomos em busca da Ox, a outra operadora. Fomos recebidos por um americano doidão de cabelo moicano - Victor -, e uma simpática alemã - sem nome. A sorte estava do nosso lado! Uma turma estava planejando subir o vulcão no sábado, e poderíamos nos juntar a eles - tudo pela módica quantia de US$69, já devidamente previstos no orçamento original. Significaria um atraso de somente um dia em nosso plano original, e valeria a pena pela aventura no vulcão. Esperar uma dia adicional em uma cidade simpática como Antigua também não faria mal algum.
Como agora teríamos 2 dias pra conhecer o que estava planejado para 1 só, resolvemos mudar de ritmo. Conhecer tudo beeem devagar (...), matar tempo na praça (...), bater papo no convento... Assumir o ritmo dos nativos. Tranqüilos, os guatemaltecos nunca estão apressados o suficiente para impedir um bom bate-papo. Adoram puxar conversa. Um povo adorável, que cumprimenta sempre, e sempre com um sorriso no rosto.
O dia passou tranquilo, e fomos jantar. Sempre ávido por experimentar as comidas locais, resolvi (Gus) pedir uma Sopa Azteca. Que mal podia fazer? Uma sopinha para fechar o dia, grande idéia - pensei.
A sopa chegou. Cor vermelho fogo. Fogo também foi o que senti na primeira colherada... Podiam facilmente engarrafar aquela sopa e vender como molho de pimenta extra-forte. Não sem antes desenhar uma caveirinha no rótulo, para prevenir os desavisados.Orgulhoso, nem pensei em desistir... A cada colherada, uma careta de dor. Os lábios ficando roxos, suor escorrendo. O Leo já gargalhava perante minha situação. Patética, tenho que admitir. Finalmente um pouco de bom senso, e desisti. Contentei-me com o pão que acompanhava a sopa. Seco...
Fui dormir com fome...
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